sábado, 27 de agosto de 2016

Dia dos Pais - longe do meu pai.


Nem tudo são flores na vida de expatriados… a saudade que já foi cantada em verso e prosa, desde o tempo de Camões, é uma companheira constante de quem vive fora da sua pátria.




Em dias especiais, como Natal, dia das mães e dia dos pais a saudade aumenta, machuca, as vezes dói mesmo.

Esse post foi escrito no dia dos pais daqui do México, muitos corações estão apertados, estar longe dos pais, sabendo que o tempo vai passando e os dias festivos podem não se repetir para avós e papais já velhinhos são um preço alto a ser pago.

Escrevo hoje com meu coração chorando, meu pai está em estado terminal e os médicos não deram mais que essa noite para ele. Ontem fui buscar uma passagem de última hora, mas os médicos já o colocaram em coma induzido e já não poderei vê-lo consciente e provavelmente nem com vida. Em meio as Olimpíadas as passagens estão entre 2000 e 3000 dólares e já não há mais voos diretos. Já não haverá dia dos pais para meu pai e eu.

O tempo para quem vive longe é relativo. Perdemos em quantidade, ganhamos em qualidade. Quando ligamos, conectamos, chateamos ou vemos pessoalmente nos dedicamos a isso. Sabemos valorizar os milagres que a tecnologia nos proporciona para que possamos nos comunicar com aqueles que amamos. A maioria de nós ao ir ao Brasil sente desde o cheiro da terra até o abraço apertado a alegria genuína de estar com quem se ama. Muitas vezes, quando vivemos ao lado perdemos tempo e oportunidades de conviver.

Cada um de nós tem uma história que nos levou para longe do nosso país, razoes e motivações para estar aqui, nesse dia dos pais espero que possam abraçar ainda que virtualmente seus pais, trocar palavras, mensagens, cartas, falar por Skype, demonstrar o amor e carinho que os une. Para aqueles que já não tem seus pais, se tiverem alguma fé, enviem orações, amor, vibrações, independente da sua religião, de alguma maneira o carinho de vocês.

Para aqueles que estao tristes pela distancia, com saudade, liguem, conversem, ria, chore, compartilhe o sentimento, a distancia é relativa... nao deixe que a ausencia de toque físico seja mais forte que a presença no coração.




Escrito por:







Brasileira radicada no México desde 2008, casada, 2 filhos, descobri o que era ser mãe 24h e dona de casa após vir para cá. Quase uma expert em mudanças após mudar 8 vezes em 7 anos, além de acumular experiências em tradução, aulas de português, corretagem de imóveis e assessoria para expatriados. Adoro escrever, conversar, fazer novos amigos, viajar. Me considero afortunada por viver no México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer, adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que por mais perfeito que seja o plano tudo pode mudar de repente... 

Colunista e parceira no blog: http://viviendoenelmexicomagico.blogspot.mx/

















14/08/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário