Nem tudo
são flores na vida de expatriados… a saudade que já foi cantada em verso e
prosa, desde o tempo de Camões, é uma companheira constante de quem vive fora
da sua pátria.
Em dias
especiais, como Natal, dia das mães e dia dos pais a saudade aumenta, machuca,
as vezes dói mesmo.
Esse post foi escrito no dia
dos pais daqui do México, muitos corações estão apertados, estar longe dos pais,
sabendo que o tempo vai passando e os dias festivos podem não se repetir para
avós e papais já velhinhos são um preço alto a ser pago.
Escrevo
hoje com meu coração chorando, meu pai está em estado terminal e os médicos não
deram mais que essa noite para ele. Ontem fui buscar uma passagem de última
hora, mas os médicos já o colocaram em coma induzido e já não poderei vê-lo
consciente e provavelmente nem com vida. Em meio as Olimpíadas as passagens
estão entre 2000 e 3000 dólares e já não há mais voos diretos. Já não haverá
dia dos pais para meu pai e eu.
O tempo
para quem vive longe é relativo. Perdemos em quantidade, ganhamos em qualidade.
Quando ligamos, conectamos, chateamos ou vemos pessoalmente nos dedicamos a
isso. Sabemos valorizar os milagres que a tecnologia nos proporciona para que
possamos nos comunicar com aqueles que amamos. A maioria de nós ao ir ao Brasil
sente desde o cheiro da terra até o abraço apertado a alegria genuína de estar
com quem se ama. Muitas vezes, quando vivemos ao lado perdemos tempo e
oportunidades de conviver.
Cada um de
nós tem uma história que nos levou para longe do nosso país, razoes e
motivações para estar aqui, nesse dia dos pais espero que possam abraçar ainda
que virtualmente seus pais, trocar palavras, mensagens, cartas, falar por
Skype, demonstrar o amor e carinho que os une. Para aqueles que já não tem seus
pais, se tiverem alguma fé, enviem orações, amor, vibrações, independente da
sua religião, de alguma maneira o carinho de vocês.
Para aqueles que estao tristes pela distancia, com saudade, liguem, conversem, ria, chore, compartilhe o sentimento, a distancia é relativa... nao deixe que a ausencia de toque físico seja mais forte que a presença no coração.
Escrito por:
Brasileira radicada no México desde 2008, casada, 2 filhos, descobri o que era ser mãe 24h e dona de casa após vir para cá. Quase uma expert em mudanças após mudar 8 vezes em 7 anos, além de acumular experiências em tradução, aulas de português, corretagem de imóveis e assessoria para expatriados. Adoro escrever, conversar, fazer novos amigos, viajar. Me considero afortunada por viver no México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer, adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que por mais perfeito que seja o plano tudo pode mudar de repente...
Colunista e parceira no blog: http://viviendoenelmexicomagico.blogspot.mx/
Colunista e parceira no blog: http://viviendoenelmexicomagico.blogspot.mx/
14/08/2016
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